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Municípios do RS têm até final de agosto para realizarem censo vacinal de febre amarela nas áreas rurais

26/julho/2019

 

Equipes do Cevs também estão percorrendo áreas de risco orientando a população. - Foto: Divulgação/SES

 

 

 

A Secretaria da Saúde (SES) orienta que todos os municípios do Estado realizem até o final de agosto um censo vacinal de febre amarela nas áreas rurais. O trabalho prevê a visitação casa a casa nesses locais para o levantamento da situação vacinal dessa população e imunização das que ainda não tomaram a dose. No Rio Grande do Sul, cerca de 1,6 milhão de pessoas vivem em áreas rurais, que são os locais mais propensos para a reintrodução do vírus depois de mais de uma década.

No total da população do Estado, há uma estimativa de que 33% dos gaúchos ainda não tenham feito a vacina, que é orientada para pessoas acima dos 9 meses e menores de 60 anos. A população em geral, que reside em área urbana, pode encontrar as doses nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

A medida foi adotada frente à situação da febre amarela no país, que em Santa Catarina já registrou dois óbitos, nos municípios de Joinville e Itaiópolis. Esse segundo, ocorrido no final de junho. No resto do Brasil, foram outras 13 mortes e 80 casos. Atualmente, o país passa pelo maior surto da doença na história. Desde 2017, o estado de São Paulo passou a apresentar casos. Na sequência, o vírus se propagou para o Paraná e, por último, Santa Catarina, sempre pela área rural. Estudos epidemiológicos e ambientais apontam que em setembro o vírus chegará ao RS, onde não são identificados casos transmitidos dentro do Estado desde 2009. Por isso, o censo busca assegurar que a população mais exposta esteja protegida antes da presença da febre amarela. As áreas mais suscetíveis são o Norte, a Serra e o Litoral Norte, em virtude da divisa com Santa Catarina e onde há a presença de áreas silvestres de mata, por onde o vírus pode avançar.

Segundo a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Tani Ranieri, a vacinação prévia é a única estratégia de impacto contra a disseminação do vírus. Ela também ressalta a importância pela busca ativa dessas pessoas que vivem em área rural. “Além de ser a população com maior risco, a distância dos centros urbanos e dificuldades de acesso fazem com que muitas dessas pessoas não procurem as Unidades Básicas de Saúde para a vacinação”, comenta.

No começo deste mês alguns municípios já iniciaram o trabalho de campo e conforme forem concluindo, passarão a informar os dados às regionais da SES. Outras cidades já haviam realizado esse censo em 2017, podendo agora utilizá-lo para a atualização dos dados.

Equipes do Cevs também estão percorrendo áreas de risco orientando a população. - Foto: Divulgação/SES

 

Vacinação para a população geral

A vacina contra a febre amarela também está disponível nas Unidades Básicas de Saúde para toda a população, indicada para pessoas acima dos 9 meses e menores de 60 anos. A imunização é a principal ferramenta de prevenção e controle da febre amarela. A aplicação em pessoas com mais de 60 anos só é orientada mediante avaliação e prescrição médica. O esquema vacinal é de uma dose única, que deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco (matas, florestas, rios, cachoeiras, parques e o meio rural).

 

Quem não deve tomar a vacina contra febre amarela?

- Quem já tomou ao menos uma dose da vacina contra a febre amarela

- Crianças menores de 9 meses de idade

- Mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade

- Pessoas com alergia grave ao ovo

- Pessoas que vivem com HIV e que têm contagem de células CD4 menor que 350

- Pessoas em tratamento com quimioterapia ou radioterapia

- Portadoras de doenças autoimunes

- Pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa do corpo)

 

O que é a doença?

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido, no meio rural e silvestre, pelo mosquito Haemagogus. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A febre amarela tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.

Os sintomas iniciais da febre amarela incluem: início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas ou no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas. Também informe caso tenha observado macacos mortos próximos aos lugares visitados, assim como a situação vacinal.

Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver algumas complicações, como febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.

 

Importância da preservação dos macacos

Na natureza, as principais vítimas da febre amarela são os macacos, que no Rio Grande do Sul são representados pelas espécies do bugio e macaco-prego. Os primatas não são responsáveis pela transmissão. Esses animais são sentinelas, já que servem como indicador da presença do vírus em determinada região. A transmissão não ocorre de animal para humano. A doença é transmitida pela picada do mosquito.

Caso a população encontre macacos mortos ou doentes, deve informar o mais rapidamente ao serviço de saúde do município ou do Estado. O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) dispõe do telefone 150 para informações, com atendimento de segunda a sexta-feira (das 8h30 às 22h) e aos sábados, domingos e feriados (das 8h às 20h).

 

 Equipes do Cevs também estão percorrendo áreas de risco orientando a população. - Foto: Divulgação/SES

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